«Indecifrável para muitos, o grafismo de uma partitura – ou o referido texto musical – não é mais do que um suporte para a imaginação de quem toca e de quem ouve. Com o tempo, o momento de entrega desenvolve-se e cresce no espaço, alimenta-se de imagens construídas no subconsciente. Neste sentido, devo admitir que o título de um dado tema é quase sempre falível, muitas vezes inútil - é um mal necessário, literalmente imposto pelo autor e, com devidas excepções, não serve para mais do que nos convocar para falsos lugares ou pretensas experiências da memória pessoal. Existe a famosa história de um compositor que escreveu música sobre borboletas; anos mais tarde, esta mesma música foi utilizada num documentário sobre elefantes! Maravilha!(...)»
Bernardo Sassetti
Bernardo Sassetti
7 comentários:
muito sucesso é o que desejo.
beijo.
:) que delícia ler isto! beijos!
De repetente as fartas orelhas do "bichão" lembre algums borboletonas. Sei lá, apenas delírios.
Bjs.
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Todos somos lobos. Que bom, isso!
Bjs.
Nada é inútil
absolutamente
e trouxe-nos este texto, exemplarmente "limpo", à nostálgica memória o nosso brilhantismo dissertativo d'outrora, nem que fosse pela oportunidade avant la lettre — que agora vemos autorizadamente reconhecida — das nossas "bulhufas" [= discursos básicos, embora de elevada sabedoria interior, sobre "nada(s)" (isto em tradução livre para quem indecentemente não nos segui(li)a...)].
pois também nós, em tempos remotos, questionámos a importância do "título" e não por qualquer frustração, dito complexo de inferioridade em acto defensivo, próprio de quem não cumpriu — por culpa do ****ão do sistema!! — a escolaridade obrigatória ou de quem teve a pu** da infelicidade de uma reles ascendência plebeia, não!!
o pretexto era, à falta de digno sinónimo, o chamado "cabeçalho", mais a questão da sua (in)significância.
e se, de facto, é maravilhoso que alguém tenha composto uma melodia sobre borboletas que acabou, supostamente à revelia do compositor, por ser aproveitada para dar música a elefantes, convenhamos que mais engenhoso ainda, em termos de capitalismo literário, é escrever um livro para explicar o título do "último" romance...
fossemos nós dotados para a criação artística, independentemente da sua natureza, das duas, uma: ou cada obra era "corrida/baptismada" com simples data (a da criação/publicação) — fosse para prevenir qualquer sugestão de presságio orwelliano e/ou também para evitar os romanos II, III, IV dos led zeppelin — ou far-se-iam intitular por enigmas, do tipo:
"nib: 0097635745600856767898745",
"vem sentar-te comigo, lídia, à beira do rio." ou (sequela) "amanhã, submersa."
seja como for, e para evitação de controvérsias, gostámos da partitura visual!
simplesmente fantástico.
simplesmente fantástico.
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