sexta-feira, fevereiro 27, 2009



quando eu chegar a escaldar de febre e tu me disseres de que é feito o teu olhar

talvez por um momento eu te mate o ombro e o pescoço com golpes de chuva.

[qualquer coisa de vulgar para que o sonho se canse].





quinta-feira, fevereiro 26, 2009








crio um estado de sono de cada vez que esbarro no absurdo
da tortura na tontura.


sendo a loucura uma estética obscura, é mais imaginação do que falso.



[20 miligramas de antidepressivos e dez de ansiolíticos para enclausurar o espanto].



agora levas às costas a minha evasão e eu troco as partituras na dimensão das asas.



branco com tinta escura. partitura. partitura. partitura.








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terça-feira, fevereiro 24, 2009




This project started in 2007 after I retired my darkroom and began to experiment with a digital camera and Photoshop. I quickly realized I had found the perfect process for my interest in manipulated imagery. As I became more adept at the technological aspects of the digital camera, film scanner and Photoshop, my resultant black and white images became more complex.
My content is a combination of digital and scanned film – layered pieces of landscape, flowers, windows, doors, mirrors, water and usually females. All of the images I use are from my own shoots. The scenes I create are at once recognizable and not possible -- dreamlike or memory enhanced.
I began to enter the finished prints in juried exhibits and the responses were positive. I also continued to create new work for the portfolio. By mid-2008, I saw the work as a series and titled the pieces to reflect an ongoing narrative of memory, reflection, hope, fear, and choices – observations of moments that are building blocks of my life. I did not originally intend for this work to be autobiographical; that is, however, what it became. In allowing that, I opened a dialogue with viewers who bring their own experiences and memories to the work. The more personal I allowed the work to be, the more universal it became.





Karen Klein


domingo, fevereiro 22, 2009




por isso a nossa dimensão
não é a vida, nem é a morte



Natália Correia




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posso dizer como acontece. rodar sobre a ideia. acompanhar-lhe o passo. inverter-lhe o caminho.
nada me dá mais prazer do que inventar a pele onde o musgo é o alimento.



[posso dizer mas não digo]













terça-feira, fevereiro 17, 2009



um ângulo na asa da partícula comunicante pode ser um rectângulo. em perspectiva.

quero dizer, a representação do quadrado pode ser a linha minimalista do pensamento obtuso.

o-b-t-u-s-o

r-e-c-t-â-n-g-u-l-o

q-u-e

n-ã-o

p-a-s-s-a



a-s-s-a








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segunda-feira, fevereiro 16, 2009





"This was one of the saddest young women I ever met on the street. She was homeless and was living in an area downtown Los Angeles where many homeless people live in tents or makeshift shelters. She seemed so lost and forlorn. I gave her a few dollars."

Dick Sanders







segunda-feira, fevereiro 09, 2009







desenhei uma cicatriz no rosto.
um parapeito a chegar ao impossível.

concentrei-me tanto que a notícia chegou depressa ao umbral da porta. a banheira estava cheia e a margem tinha musgo enrolado em tapetes de pedra. foi por aí que os sábios se embrulharam em planos tridimensionais. eu não sabia nada. a minha técnica de desaparecimento era conhecida só pelos sábios do ponto-cruz. o coração apertava e o sangue saltava no excesso da boca. juro que era capaz de fazer um cubo sem levantar o lápis embora a vibração da terra me fizesse cócegas no cotovelo. e enquanto desenhavas o passo eu apertava-te a mão e inventava a teoria do lápis no tornozelo. como se fosse o cotovelo. novelo do meu amor.







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segunda-feira, fevereiro 02, 2009

o ciclo do medo [não comunicar] gran finale





o medo tem patas iguais a candeeiros.
as patas dos candeeiros são de carneiros. com a língua de palavras a medo.
a lã desenvolve penas com patas de lã. as patas têm na lã a impressão digital do medo.
que por acaso chegou atrasado.



[tão incompreensível como a vertigem do reflexo]









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