sexta-feira, abril 13, 2007



Catarina de olhos ensolarados voltava-se para o mar. longe de si as ondas eram pincéis rasgando a praia de riscos que se enrolavam nas algas e as algas enrolavam-se numa longa tela rugosa como se aquele momento fosse tudo sem nunca ser demais. com o mesmo gesto esquecido e lento voltou a cabeça para todos os lados. à procura de ninguém. à procura de prazer. à procura de mim.

...



Isabel Mendes Ferreira, A mais loura de Lisboa

22 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

tempos outros...muito muito idos.


desse tempo só o cabelo. agora branco.



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obrigada B.

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embora não mereça....

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as velas ardem ate ao fim disse...

Sempre a procura de nós--o Eu!

bjinhos B

hfm disse...

Belo como só ela sabe... antigo mas sempre, sempre as suas palavras.

Anónimo disse...

merece sim, isa. que excerto tão bonito. há uma catarina em cada um de nós. pelo menos nos que vivem. porque há os que apenas existem. o oscar wilde disse-o muito bem. eu só tenho a agradecer pelo post. e deixar muitos beijinhos às minhas meninas favoritas. bom fds. abraço

Alien8 disse...

Claro que a Isabel merece. E a Bandida também, por este excelente post.
Um beijo.

isabel mendes ferreira disse...

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digamos que só se salva a composição gráfica...
e a ft. recentíssima....o texto não sobreviveu ao tempo...:))))
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beijos!

Bandida disse...

pois... íssima... :))))


os teus textos sobrevivem a todos os tempos... sempre!!!!!!


beijooooooooosssssssssss

Bernardo Kolbl disse...

A Isabel, pois.
Boa noite.

Clara Hall disse...

Delicado e gentil o teu gesto B. Superlativa a tua escolha do excerto, da pauta, da loura, dos frémitos dela no coração do João e no mar da Catarina. Absoluta a minha comoção ao entrar na tua casa e ao ler, em letra de imprensa, o instinto puro de Sua Majestade coração de papel, melodia masai que um dia encontrei sem querer do lado do mar.

Muito, muito bonito.
Beijinho de parabéns e bom fim-de-semana

Letras de Babel disse...

escrever até doer
o peso dum lírio dentro da cabeça.

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a isabel a escrever
a bandida a transcrever, hoje, aqui

transgridem-nos

[e fazem muito bem. irra, se fazem!

(apetece-me explodir qualquer coisa...)]



beijos

Anónimo disse...

bom dia, dia ;) imagine que veio o sol buscar-me. vou de boleia com o astro môr ;) espero que onde vá o possa também levar. um beijinho e até breve. doce doce bandida ;)*

Frioleiras disse...

Abro-te e vejo...
pautas...
pautas=música...
adoro !

Aldina Duarte disse...

Será que saberíamos escutar(nos) se não existisse a música? Teríamos, provalmente, uma simples capacidade auditiva.

Até sempre

merdinhas disse...

Depois de Catarina de olhos ensolarados


descobri o púbis rosado a par de Teixeira de Pascoaes...
e fiquei com pena de não poder ampliar as segundas páginas...

Letras de Babel disse...

saí agora, a custo, do sítio da alice.


aquilo é...


quem disse que a nossa realização passava por ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, esqueceu-se de muita coisa...

Letras de Babel disse...

apareceu-me uma mensagem esquisita quando estava a publicar o meu comentário, por isso não sei se seguiu.
(apaga este, se foi o caso)


dizia eu que tinha saído, naquela altura, a custo, do sítio da alice.

que aquilo era...

e que quem tinha dito que a nossa realização era ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro, se tinha esquecido de muita coisa...

Abssinto disse...

Daqui saio sempre a flutuar, amiga lupina (obrigado).

bj

Gi disse...

Se há palavras intemporais, há pessoas que também são ! (independentemente da cor do cabelo :) )

Gostei do que li e fiquei ocm pena de não conseguir aumentar a 2º página.

Deixo um beijinho e os votos de um bom Domingo

Manuel Veiga disse...

fico-me pelo Teixeira de Pascoais. e pelos olhos de Catarina...

A. disse...

"... preciso regressar à infância, ao silêncio, à distância... preciso regressar ao início como quem precisa de começar de novo... preciso regressar ao som da lembrança onde a minha mente se senta e descansa... preciso parar um pouco e largar esta tremenda ânsia de viver... deixar-me ficar, não ir, ser apenas e ouvir... o marulhar das ondas e o nevoeiro trazido pelo vento norte que varre a areia para sul e com ela leva a minha alma, lavada, límpida, calma... preciso regressar à minha paz, sentir-me liberta, atenta e aberta a tudo o que o destino me traz... vou partir por uns tempos à procura de mim: voltarei quando me encontrar..."






...beijo.beijos.B._____beijos.Isa.

intruso disse...

à procura.....


[belíssimo,

beijos,

(às duas)]


:)

Anónimo disse...

A mais loura de Lisboa" foi a 1ª obra de Isabel Mendes Ferreira. Desde então que,roubadas à voragem do tempo e embrulhadas em saudade lenta e prazerosa, as conservo, obra e autora, no coração. Bjs.