domingo, abril 29, 2007








música é a palavra. lago de sons.
margem de cordas.
vocais gritos entre a morte e o conteúdo das essências.
que são uma perda de tempo.

jactos ciumentos de luz e desejo.
ejaculações precoces de momentos em momentos e tormentos sem cor.

tentemos a corda. assim na mão.

o amor acaba por se tornar qualquer coisa tão simples como a boca a desenhar palavras.
morro três vezes antes de nascer. o arco acompanha o parto. e a melodia exige o corpo no desejo. três vezes morto. dominante na tónica do sentido.

o violoncelo é uma mulher nua.

morreu M. Rostropovitch

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22 comentários:

Isabel Victor disse...

Em sintonia ...

deixo-te um b* musical

Gi disse...

Violencelo, esse corpo de mulher que ele amou , acariciou e ela retribuiu. Como que obedecendo ao seu toque, vibrando e soltando notas de paixão, de angústia , de dor, de amor. Uma sinformia de sentidos, foi o que foi.

Noite feliz, que amanhã seja um dia cheio de (claves de ) sol para ti e para ele, para onde quer que tenha ido.

Ana Paula Sena disse...

Adorei o post! E a magia da música perdeu mais um virtuoso.:(
Fiquei a saber por ti... Obrigada. :)
Bj da A.P.

isabel mendes ferreira disse...

as sextas-feiras.
terriveis. em que se morre mil vezes.


era assim quando o arco se calou.
desenhando nos dias a memória do talento.

Rostropovitch deixou de tocar. a uma sexta-feira.

___________________.


haja qem se lembre.


como Tu.

Frioleiras disse...

Acompanho-te ... imenso !

Os meus instrumentos favoritos são a
viola d gamba
e, dp,
o violoncelo ....

acompanho-te,
imenso,
nesta tua Homenagem ! ............

Frioleiras disse...

Acompanho-te ... imenso !

Os meus instrumentos favoritos são a
viola d gamba
e, dp,
o violoncelo ....

acompanho-te,
imenso,
nesta tua Homenagem ! ............

merdinhas disse...

...e aqui se lembra...



(acrescentei qq coisa no post do David Lynch...um video)

Anónimo disse...

fiquei arrepiadíssima.

(...)

Maria Eduarda Colares disse...

Bonito. Merecida homenagem. Sempre que se cala um artista o mundo fica mais pobre, mais frio, mais triste. Toda a arte é pouca.
beijo

intruso disse...

o violoncelo é...
(era também ele próprio Rostropovitgh)

beijo

bettips disse...

Passo numa, vou à outra. Como gémeas de pensar, diferentes. E com a música grave que contudo nos dava um prazer fundo, deixo o meu pranto a ouvir os sons da alma.
Bjinho

hfm disse...

Sabes que o cello, sempre lhe chamarei assim pois quem mo deu a conhecer sempre assim o tratou, é o meu instrumento preferido?

Rostropovitch não foi só um grande músico mas um homem de verticalidade daqueles que são feitos de boa cepa. Saudades.

as velas ardem ate ao fim disse...

Junto me à tua homenagem.

(para mim jamais morrera)

Bjos B

Abssinto disse...

Morreu o velhinho... Eu simplesmente não fui capaz de escrever um post assim como este, exactamente assim...Tu conseguiste-o tão bem! um beijo e obrigado, b.!

bj

António Pires disse...

Belíssimo texto!... E, sim, o violoncelo é uma mulher nua (foi assim que o Man Ray o/a retratou, não foi?). Para mim - que sou de outras músicas... - o Rostropovitch foi o «eco» maior das suites para violoncelo de Bach (maior que Pablo Casals, maior muito maior que Yo-Yo Ma...). E, se me permite, o Rostropovitch teve uma abordagem quase punk a essa obra (oiça-se a parte do «bourré», dança popular, em Bach erudita, nas mãos de Rostropovitch absolutamente selvagem...). Saudações...

Letras de Babel disse...

adoro violoncelo.

...e morreu um artista mas ficou a lira.


______________________

há um escritor brasileiro que escreve microcontos. tenho um post com vários. um reza assim:

"Ela tinha ciúmes de como ele abraçava o violoncelo. Ainda, pelo menos, se fosse outra mulher..."

Carlos Seabra

(ela não percebia que era outra mulher...)



beijos

Frioleiras disse...

1. de Maio...
passei aqui...
vai lá...

Anónimo disse...

Bom dia!!! ( tarde)

Obrigada


Um beijo

manhã disse...

É para ir a correr comprar o disco!Vale a pena!

inominável disse...

e eu a passar pelos ex-combros de um muro que já não existe e a lembrar-me de quando lá tocou...

Efemerum disse...

e asim se contorna a dureza do real esfumando.o na doçura do imaginário.

mil beijos

Efemerum disse...

e asim se contorna a dureza do real esfumando.o na doçura do imaginário.

mil beijos