enquanto houver memória...
First they came for the Communists, and I didn’t speak up, because I wasn’t a Communist.
Then they came for the Jews, and I didn’t speak up, because I wasn’t a Jew.
Then they came for the Catholics, and I didn’t speak up, because I was a Protestant.
Then they came for me, and by that time there was no one left to speak up for me.
Martin Niemöller (link)
19 comentários:
Terça-feira, Fevereiro 26, 2008
enquanto houver memória...
enquanto enquanto enquanto enquanto enquanto enquanto enquanto.....
(e isto poder-se-á chamar "eco"?)
quero lá saber.
enquanto enquanto enquanto enquanto.
clap clap clap clap....como costuma fazer um amigo meu quando gosta muito...:)
e saio.
em "flik flak de costas".
Há quem diga que já chega de recordar o Holocausto ... eu diria que enquanto houver o insurgimento de novos grupos de extrema-direita ...
Nunca é demais recordar qual víl e malévolo pode o homem ser.
Há quem diga que já chega de recordar o Holocausto ... eu diria que enquanto houver o insurgimento de novos grupos de extrema-direita ...
Nunca é demais recordar qual víl e malévolo pode o homem ser.
... de quem tanto vira as costas ao que se passa em redor...
enquanto vi as imagens e li as palavras, não pude deixar de pensar no testemundo de wiesel no seu livro "noite" (nobel há uns anos) sobre os horrores vividos nos "ghetos". impossível também não recordar o fabuloso pianista do polansky. infelizmente, o que tem poder é o medo... haja paz!
beijinho grande*
...e queria ele ser pintor!????...
e queria ele... afinal o que queria ele? e como há ainda projectos em tantos ainda outros, tal como ele, tirar a liberdade na humanidade. safa!.. a liberdade não se mata! e querem outros ser como ele?... safa. pintor não mata. pintor só se mata a si próprio. e queria ele ser pintor?
... em silêncio - lendo.
a mais velha indiferença do mundo...
a calculada!!
também não me quero comprometer neste comentário.
vou lavar as mãos...
Enquanto houver memória...
E que a haja sempre!
bjinho
não podiam levar-me, porque não era judia, porque a minha pele não era suficientemente escura, apenas me insurgi com palavras claras e pensamentos transparentes e fui condenada pela mentira da acusação...
beijos e beijos.
cultivemos a memória!...
they
us
then
me
...
[o poema é belíssimo]
beijos
Link, link...you never know...
"...enquanto houver estrada pra andar...
...a gente vai continuar."
beijos muitos, minha B.
o texto é particularmente dilacerante e a nossa memória péssima...
ADOLF HITLER, POL POT, RATKO MLADIC, TORQUEMADA, SAVONAROLA... NA MATANÇA "eles" TEM SEMPRE A MESMA CARA E AS RAZÕES SÃO SEMPRE AS MAIS ESTUPIDAS
tu sabes muito bem o que eu penso acerca disto. o problema está em certos oportunismos. o jeito que o holocausto tem dado a certa gente.
continuo a dizer que na matança os filhos da puta sao todos iguais. nao sao só os de direita
ATENÇAO AO BLOCO CENTRAL. MATA QUE SE FARTA. SEM DOR E SEM APARATO
(...) "CONCLUSÃO
Resta avaliar o efeito do Holocausto nos Estados Unidos. Para isso, recorrerei mais uma vez às notas críticas de Peter Novick sobre o tema.
Além dos monumentos ao Holocausto, 17 estados americanos prescrevem ou recomendam programas escolares dedicados a este assunto e muitas escolas superiores e universidades criaram cátedras de estudos sobre o Holocausto. Rara é a semana em que o New York Times não publica uma notícia importante relacionada com o Holocausto. O número de trabalhos de investigação dedicados á Solução Final nazis é calculado, por baixo, em mais de 10 000. Compare-se isto com os cerca de 10 milhões de africanos pereceram no decurso da exploração europeia dos recursos em marfim e borracha do Congo. No entanto, o primeiro e único volume de estudos em inglês directamente dedicado a este tópico foi publicado há dois anos (1).
Dada a grande quantidade de instituições e estudiosos empenhados em preservar a sua memória, o Holocausto está hoje firmemente enraizado na vida americana. Novick, no entanto, duvida que isso seja bom. Em primeiro lugar, cita muitos exemplos de simples vulgarização. De facto, é difícil encontrar uma causa política, seja ela a favor ou contra o aborto os direitos dos animais ou os direitos dos estados, que não tenha tomado posição sobre o Holocausto. Elie Wiesel, criticando as utilizações de mau gosto a que o Holocausto é submetido, declarou: «Prometo evitar (…) os espectáculos vulgares.» (2) Mas Novick assinala que «a fotografia que utilizou o Holocausto de forma mais subtilmente imaginativa foi publicada em 1996, quando Hillary Clinton, na altura alvo de acusações de várias origens por atitudes criticáveis, apareceu na tribuna da Câmara dos Representantes enquanto o marido pronunciava o Discurso sobre o Estado da União (muito televisionado), ladeada pela filha Chelsea, e Elie Wiesel.» (3) Para Hillary Clinton, os refugiados do Kosovo postos em fuga pela Sérvia durante os bombardeamentos da NATO faziam lembrar as cenas do holocausto do filme A lista de Schindler. Um dissidente sérvio observou amargamente: «As pessoas que aprendem a história através dos filmes de Spielberg não deviam vir dizer-nos como devemos comportar-nos.» (4)
Novick argumenta também que «pretender que o Holocausto faz parte da memória da América» é uma evasão moral, porque faz-nos «desresponsabilizar de coisas que de facto dizem respeito aos americanos quando se confrontam com o seu passado, presente e futuro» (Sublinhado no original.) (5) Nisso tem toda a razão. É muito mais fácil deplorar os crimes dos outros do que olhar para os nossos. No entanto, também é verdade que, se quiséssemos, poderíamos aprender muito sobre nós mesmos a partir da experiência nazi. O Destino Manifesto foi a pedra basilar de quase todos os elementos ideológicos e programáticos da política de Lebensraum de Hitler. Na realidade, Hitler modelou a sua conquista do Leste pela conquista americana do Oeste. (6) Durante a primeira metade deste século, a maioria dos estados americanos aprovou leis autorizando a esterilização e dezenas de milhares de americanos foram esterilizados à força. Os nazis evocaram explicitamente este precedente americano quando aprovaram as suas leis de esterilização. (7) As famosas Leis de Nuremberga de 1935 privaram os judeus do direito de voto e proibiram a miscigenação entre judeus e não judeus. Os negros dos Sul-americano sofreram dos mesmos entraves legais e foram salvo de uma violência popular espontânea e consentida muito maior do que a exercida contra os judeus na Alemanha de antes da guerra (8).
Para chamar a atenção para os crimes perpetrados no estrangeiro, os Estados Unidos costumam evocar memórias do Holocausto. Contudo, o aspecto mais revelador é o momento em que o fazem. Os crimes de inimigos oficiais como o banho de sangue dos Khmers Vermelhos no Camboja, a invasão soviética do Afeganistão, a invasão do Koweit pelo Iraque e a limpeza étnica sérvia no Kosovo remetem para o Holocausto; mas o mesmo não se passa em relação a crimes em que os estados Unidos estão envolvidos.
No preciso momento em que os Khmers Vermelhos cometiam as suas atrocidades no Camboja, o governo indonésio, apoiado pelos Estados Unidos, massacrava um terço da população de Timor-leste. No entanto, ao contrário do Camboja, o genocídio de Timor não mereceu comparação com o Holocausto; nem sequer foi digno de notícias nos jornais (9). Ao mesmo tempo que a União Soviética cometia o que o Centro Simon Wiesenthal considerou «um novo genocídio» no Afeganistão, o governo guatemalteco, apoiado pelos Estados Unidos, perpetrava o que a Comissão para a Verdade na Guatemala recentemente qualificou como «genocídio» contra a população maia. O presidente Reagan minimizou as acusações contra o governo guatemalteco tratando-as como «disparates». Para elogiar Jeane Kirkpatrick no seu papel de defensora dos crimes que a administração Reagan perpetrava na América Central, o Centro Simon Wiesenthal concedeu-lhe o prémio Humanitarian of the Year (10). Houve quem insistisse com Simon Wiesenthal em privado, para reconsiderar antes da cerimónia de entrega do prémio. Recusou. Houve quem pedisse em privado a Elie Wiesel que intercedesse junto do governo israelita, principal fornecedor de armamento aos carrascos guatemaltecos. Também recusou. A administração Carter invocou a memória do Holocausto quando procurava um porto de abrigo para os boat people vietnamitas que fugiam ao regime comunista. A administração Clinton esqueceu-se do Holocausto quando forçou o regresso dos boat people haitianos que fugiam dos esquadrões da morte apoiados pelos Estados Unidos (11).
A memória do Holocausto foi chamada a primeiro plano quando a NATO, conduzida pelos Estados Unidos, começou o bombardeamento da Sérvia na Primavera de 1999. Como vimos, Daniel Goldhagen comparou os crimes sérvios contra o Kosovo com a Solução Final e, a pedido do presidente Clinton, Elie Wiesel visitou os campos de refugiados kosovares na Macedónia e na Albânia. Mas antes de Wiesel ir chorar por encomenda a sorte dos kosovares, o regime indonésio apoiado pelos Estados Unidos retomara o trabalho que deixara inacabado nos finais dos anos 70, perpetrando novos massacres em Timor-Leste. Apesar disso, o Holocausto varreu-se da memória da administração Clinton, que consentiu o banho de sangue. Como explicou um diplomata ocidental, «A Indonésia conta, Timor-Leste não.» (12)
Novick salienta a cumplicidade dos estados Unidos em desastres humanos que, embora diferentes do extermínio nazi, têm a mesma dimensão. Recordando, por exemplo, um milhão de crianças mortas na Solução Final, observa que os presidentes americanos pouco fazem além de balbuciar palavras piedosas quando, em todo o mundo todos os anos «morrem de fome e doenças evitáveis» muitos milhões de crianças (13). Também podemos considerar um caso pertinente da cumplicidade americana activa. Depois de uma coligação dirigida pelos Estados Unidos ter devastado o Iraque em 1991 para castigar «Saddam-Hitler», os Estados Unidos e a Grã-Bretanha impuseram sanções criminosas através das Nações Unidas a esse desgraçado país, com o objectivo de provocarem a deposição do seu ditador. É provável que tenham morrido um milhão de crianças, como no holocausto nazi (14). Interrogada na televisão nacional sobre essa hecatombe terrível, a secretária de Estado Madeleine Albright respondeu que «o preço justifica-se».
Novick afirma que «o próprio carácter extremo do Holocausto imita seriamente a possibilidade de dele retirarmos lições aplicáveis ao nosso mundo de hoje.» Como «bitola máxima de opressão e atrocidade», tende a «banalizar crimes de magnitude inferior». (15) Mas o holocausto nazi também pode sensibilizar-nos para estas injustiças. Visto através do prisma de Auschwitz, o que dantes se considerava como aceitável – por exemplo, os preconceitos racistas – deixou de o ser (16). Na realidade, foi o holocausto nazi que desacreditou o racismo científico que era uma característica tão presente na vida intelectual americana antes da Segunda Guerra Mundial (17).
Para aqueles que se empenham no aperfeiçoamento humano, a existência de um padrão do mal não exclui comparações, antes as motiva. A escravatura ocupava praticamente a mesma posição no universo moral dos finais do século XIX que ocupa hoje o holocausto nazi. Por isso foi muitas vezes invocada para denunciar crimes cuja gravidade não era ainda patente. John Stuart Mill comparou à escravatura a condição das mulheres nessa sacrossanta instituição vitoriana que era a família. Até sugeriu que, em aspectos essenciais, era pior. «Estou longe de pretender que, em geral, as esposas sejam mais maltratadas do que os escravos; mas nenhum escravo é tão profundamente escravo, tão escravo no sentido absoluto da palavra, como uma esposa.» (18) Só se escandalizam com estas analogias os que utilizam o mal-padrão não como uma bússola moral mas como bastão ideológico. “Não comparar” é a ideia fixa dos chantagistas morais (19).
As organizações judaicas americanas exploraram o holocausto nazi para desviar do seu alvo as critica à política de Israel e à sua própria politica moralmente indefensável. Este procedimento colocou Israel e os judeus americanos numa posição estruturalmente semelhante: o seu destino comum está suspenso por um fio frágil cuja extremidade está na mão das elites dirigentes americanas. Se essas elites decidirem que Israel é um risco ou dispensam os judeus americanos, o fio pode partir-se. Claro que isto é especulativo – talvez indevidamente alarmista, ou talvez não.
No entanto, é fácil prever a postura das elites judaicas americanas se isso acontecesse. Se Israel deixasse de estar nas boas graças dos Estados Unidos, muitos desses dirigentes que agora o defendem com unhas e dentes divulgariam corajosamente o sei distanciamento do estado judaico e censurariam os judeus americanos por terem transformado Israel numa religião. E se os meios dirigentes americanos decidissem fazer dos judeus o sei bode expiatório, não seria de admirar vermos os notáveis judeus agir exactamente como os seus predecessores durante o holocausto nazi. “Não imaginávamos que os alemães iam utilizar elementos judeus”, recorda Yitzhak Zuckerman, um dos chefes da insurreição do gueto de Varsóvia, “que judeus iriam conduzir judeus morte”. (20) "
Norman Finkelstein*
*norman filkelstein nasceu em brooklyn, new york, em 1953. é filho de pais sobreviventes do gueto de varsóvia
amiga bandida. uma perguntinha para começar bem a semana. que instrumento gosta de tocar? um grande beijinho. alice.
Atarefada?
o processo do terror. Esperemos não esquecer.
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