sexta-feira, outubro 10, 2008































entro no beco das solidões vazias onde há sempre uma cerca de névoa a saltar a porta da imortalidade. a morte é só mais um som no degrau da paixão.
perguntas se noto. não. não noto nada. não suponho nada. não distingo nada dos íntimos detalhes da preguiça.
a tristeza é um corpo antigo a endoidecer cordas obscenas e o palco um acenar de véus a despentear os lábios do silêncio.

perco-te na permanência do olhar. perco-te na floresta da boca. perco-te no tempo em que me perco disfarçada de momento. perco-te. perco-te sempre.




29 comentários:

pinky disse...

que lindooooo! tudo! palavras, emoções, desnudamentos, imagens, contornos,sons! tudo! tudo!
corres o sério risco de me pores a gostar mesmo de poesia!

Mar Arável disse...

Também em Atenas

para a descobrir

é preciso

que nos percamos

mfc disse...

Por isso precisamos tanto dessa névoa!

Frioleiras disse...

excelente, no movimento, na cor, nas palavras na...........
exigênca!...................

pn disse...

mas,
não é a perdição -- essa ausência de lugar -- a essência de toda a procura/descoberta?

porque é que perder pode ser desencaminhar?
e só deveria ser a pluralidade de vias a trilhar...

(a raposa fulva em fuga é mais ziguezagueada que uma carroçaria pinifarina, bertone ou vignale dos aureos anos)

corner disse...

reparei

também.

o ruivo

cor de fogo e de turbilhão.

A. disse...

...e tanta chuva.



http://bp1.blogger.com/_JmudRMpMOak/Re5qdGHpQiI/AAAAAAAAA2Y/dLzUjYO2kww/s1600-h/page0_225.jpg


*

Anónimo disse...

em fuga? eu diria que está em tango...
gostei do morango, digo, texto, digo, poema:-)
uma surpresa em cada esquina das palavras. não te percas, digo, perde-te, para melhor @ encontrares...
olga

isabel disse...

bom pensar que a morte é mais um som. de violoncelo. aposto!

beijo grande m.

intruso disse...

[back in town...]



perdemo-nos sempre,
vamo-nos perdendo...



(e este album/banda sonora do Sassetti é brilhante,,, não me canso de ouvir)

CNS disse...

apenas mais um som. Seco. Surdo. A morte.

Haddock disse...

que pena...
a poesia a suceder àquele delicioso morango, com criaturas em polvorosa!!

perguntava o outro "de que falamos quando falamos de amor?"
sabemos lá nós!!!
nem nunca soubemos ao certo do que falávamos, fosse qual fosse o pretexto...

mas há quem se encha de razão empírica, efabulada e/ou simplesmente poética-proseada e ouse esclarecer-nos... ou não. corajosos, os românticos!

e a persuasão depende também de como se diz e da voz...

fica então "a voz", por breves segundos, de quem supostamente escreve o tal de amor e isto num cinema longe de si!!

casa de passe disse...

No "beco das solidões vazias" a Nini refugiou-se na religião.

Eu, que não acredito nela, nem em políticas em que é que devo acreditar?

para não me perder ainda mais?


LOULOU (sem a beata da Nini, sem a Fininha, sem o Avô e sem o safado do João)

casa de passe disse...

No "beco das solidões vazias" a Nini refugiou-se na religião.

Eu, que não acredito nela, nem em políticas em que é que devo acreditar?

para não me perder ainda mais?


LOULOU (sem a beata da Nini, sem a Fininha, sem o Avô e sem o safado do João)

Ana Paula Sena disse...

Uau! Que giro! Tudo com tanto movimento! Aliciante!

Um bj :)

as velas ardem ate ao fim disse...

eu não em encontro.começa a pensar em desistir.

um bjo B

hfm disse...

"a tristeza é um corpo antigo a endoidecer cordas obscenas e o palco um acenar de véus a despentear os lábios do silêncio."

aqui perco-me eu.

Belíssimo!

jorge vicente disse...

perco-te. mas não sempre. apenas quando a floresta me assalta. e me invade na permissão da chuva.

faz sol. e perco-me nos raios luminosos das nuvens. o sol passa por entre as nuvens. e eu não noto.

um grande beijinho
jorge

Anónimo disse...

A poesia/prosa poética tem um grande problema. A fronteira entre o genial e o péssimo gosto é ténue como se nos Balcãs se estivesse. Não acabo de ter a certeza de que lado ficam estes textos. Muitas vezes o elogio fácil é preferido a se correr o risco de ser acusado de não ter entendido nada do que está escrito. Por outro lado, são coisas diferentes o soar a algo belo e o ser belo. Como disse, estes textos não me permitem uma conclusão definitiva. Gostava de ler mais para ter a certeza de que lado isto fica.

Manuel Veiga disse...

um bela forma de perder-(te)- na "permanência do olhar"...

beijos

Anónimo disse...

Mais criaturas...
E terroristas!!
Logo em dia de benévola aparição...
Vou passar a vir aqui com gás pimenta, pelo sim, pelo não! Tenho single para lançar no Natal!

pront'habitar disse...

perco-me no som belo das palavras: o significado perdeu importância...

vendaval disse...

Ziad Jarrah, todos os problemas fossem de tão fácil resolução. Tem duas hipótese:
1. vá clicando em «mensagens antigas»
2. vá a uma fnac perto de si e adquira «Apoplexia da Ideia», de Maria Quintans
espreite também aqui e aqui

A. disse...

...

http://a-skim.blogspot.com/2007/09/blog-post_25.html




o tal.
*

Anónimo disse...

MARAVILHOSO!!!
adorei ler-te e conhecer-te.
voltarei!

observatory disse...

continuo a gostar de me morrer

muuuuuuuitoooooooooo

isabel mendes ferreira disse...

perca-se então o sentido do imaginado. ganhe-se a vida....que essa é tão breve. e pelo caminho escolhe-se o que não é colhível?

.

não sei.

. e também des-sei o que é a poesia.

.

já não quero saber.

prefiro saber-te.

nunca disfarçada.


beijjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjo.

encena_dor disse...

Floresta da boca! Muito belo.

E corpo de praia?

Venha saber

Isabel Victor disse...

perdidamente ...


iv*