segunda-feira, fevereiro 05, 2007
creio que de nada serve a mão se não for para apertar.
de nada serve a fogueira de vaidades de supostos colossais intelectos
se não for para partilhar o toque.
de pouco serve um violino sem arco. de pouco serve uma arte
esburacada onde para lá do círculo não se vislumbram lumes
nem chamas nem tempestades nem lábios nem vida.
de pouco serve a batalha naval de marinheiros sem rumo na tentativa
hipócrita de salvar pálidas nebulosas que já são céus inteiros de estrelas.
de pouco serve a inspiração na distorção de abundantes oceanos azuis.
de nada serve a fechadura se não existir porta.
Hoje revi “A Clockwork Orange”, pelo amor a Kubrik.
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24 comentários:
falas da utilidade...
a utilidade de ser.
Impossível não amar Kubrik!
eu diria da inutilidade de não ser . não deixar ser.
ter medo de ser.
não saber ser.
não querer que se seja.
post não mecânico.
de laranja acesa.
em arco.
~
ao alto.
beijo de I.
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É necessário chegar aos outros... só assim o que se faz "serve" para alguma coisa. **
Uma vez li a Laranja Mecânica por amor a Kubrik.
Gosto tanto de vir aqui...enche me sempre o coração.
Obrigada por tudo.
(divino)
mãos...
chaves para tantas portas.
um beijo
De nada serve tudo o que serve para nada sermos...
Eu também creio. Mas não é por isso que gosto de texto. É porque sim :)
Boa noite!
Revi-o há uns meses, assim como 2001 Odisseia no Espaço
Aiiiii, tanta laranja mecânica à solta!!!
«já gastámos as palavras [pelos blogs]»; de tanto lermos, já nem distinguimos poesia de porcaria – ou será que isso esquece muito a quem nunca aprendeu?
O problema não está na coisa, está na vontade e na capacidade de ler o outro e a outra ou de se ficar pelo simples jogo narcísico se de ver e se fazer visto.
Mas isto digo eu, que sou má língua, não liguem. Se se compram livros a metro e com lombada a condizer com os sofás, se se compra comida pré-cozinhada e roupa pret-à-porter, porque não usar comentários descartáveis, modelo standard?
O importante é deixar a … marca, como animais que somos; marcar território. Pimba!
E quem cair por não tirar os olhos do umbigo, não tem mais a fazer que levantar-se e aprender a lição ou deixar-se ficar por lá – a ver se aprende que o mundo pode ser olhado de muitos ângulos.
E a propósito de olhares e de … marcas, lembrei-me, imaginem, da
Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos,
onde outros, com outros olhos,
nao vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inutil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
OK, OK. OK. Mas então e quando vêem por todo o lado o mesmo calhau? E quando deixam em todos os cantos o mesmo… calhau??? Fazer o quê? Dar-lhes trela? Não contem comigo, que nem com o meu cão a uso – ele sabe escolher os seus caminhos. Sabe onde deve ir e onde não é chamado.
Um dia, ouvimos o poeta: «Sê paciente; espera. que a palavra amadureça/ e se desprenda, como um fruto/ ao passar o vento que a mereça». E na incapacidade de ser árvore e de dar fruto, quisemos ser vento. Mas nem fresca aragem conseguimos ser…
Olhares daqui, olhares dali…. Tantos olhares. Tantos umbigos. Tanta surdez. Tanta incapacidade de dizer, calando…
«A maior solidão é perceber que estamos rodeados de idiotas», citei, apenas…
ai ai... boa noite...
laranja mecânica.
Também o revi há uns tempos....alex o...cyborg?
vê a aguarela do brasil...
nada tem que ver com a laranja.
amor comum
paixão.
(bandida,
bandida é a gripe que me ataca...)
:/
e sim.....
vavá-diamos........................!
(inscrição lá, não é?)
b
de
boa semana
atchim
;)
de nada, de nada serve se...
...
[artesã de sentidoS,
bravo!]
(ainda te roubo umas palavras, uns sentidos...
lá para o intrusismo)
és doida!!!!!!!!!!!!!varrida!!!!!!!!!!!!
tu não me aborreças!!!!!!!!!!
:)))))))))))))))))))))
bom dia!
Que vontade depos de te ler de rever o filme que já revi vezes sem conta,tambem por amor a Kubrik.
Pena que há tantas portas sem fechadura em casas sem tectos, sem paredes...abertas esperando... e ninguem entra.
Tantas mãos estendidas... esperando o aperto... e ninguem as aperta.
Tantos tentanto tocar, alcançar, partilhar... e ninguem se aproxima.
Tantos violinos aguardando o arco.
Tanta arte com lume, com chama, com tempestades, com lábios , com vida... tanta arte que ninguem vive esperando ser vivida.
Serve a minha mão para apertar a tua?
A tua mão apertou-me o coração...
Isabel
De nada serve uma porta se não houver quem por ela entre.
a ouvir Beethoven...
Oh bliss! Bliss and heaven! Oh, it was gorgeousness and gorgeousity made flesh. It was like a bird of rarest-spun heaven metal or like silvery wine flowing in a spaceship, gravity all nonsense now. As I slooshied, I knew such lovely pictures!
bjinhos e obrigda por tudo
Ai lupina tu estás sempre a falar de filmes que eu não vi! Assumo a minha mais que evidente medíocridade cinéfila. Mas, li o livro, grande Burguess! Um dos grandes romances que as minhas meninas já devoraram! A extravagante personagem principal era doida por Beethoven:)
beijo
Vim deixar um beijo ...na fechadura da inexistente porta...
de tudo me serve vir aqui ;)*
boa noite, bandida.
beijinho grande
alice
A Laranja Mecânica é assustadoramente sedutor
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