quarta-feira, novembro 07, 2007

















não me lembro de atravessar a estrada. estava com sono. ou não...








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14 comentários:

Haddock disse...

!!!

reacções em cadeia:

- susto (mudo)!! temos murnau...
(prometidos terrores nocturnos!)

- adormecimento hipnótico (visual, mas não só). um ser-não ser de palha que assiste ao despertar da sua primavera (widekind em nova metáfora).
(sonho maravilhosamente surreal em perspectiva).

- enlevo (musical)- o "tic, tac" do relógio de bolso convertido em canção de embalar (prevenção contra insónia).

- deslumbramento (paranormal) ante a descoberta do "Sono"!!! (irremediável narcolepsia).

mas se vier a acordar, lembrar-me-ei de ter atravessado esta ponte!!

Anónimo disse...

pois acordada fico sempre que atravesso a estrada e bato à porta do seu "sono"...

por lá vi e li insónias. que valem a pena.


como aqui. velaturas de cetim que nos despertam para outras estradas.


bom dia.


P.R.

Maria do Rosário Sousa Fardilha disse...

Adoro esta fotógrafa! é "dramática", não gótica. e esta página é sempre de uma coerência (estética) perturbadora (pode ser então: sinergia e conflito)

hfm disse...

Senti-me num imaginário surrealista.

canela disse...

Com sono ou não tenho é saudades tuas.
Beijo enorme

Abssinto disse...

Bem bonito. surpreendentemente bonito.

bj felpuda

Manuel Veiga disse...

atarvessar a estrada com sono é perigoso. digo eu, sei lá...

Mar Arável disse...

Recordo-me como se fosse hoje

bjs

pentelho real disse...

Upa, upa, este é na verdade um post,de 1000 por cento. O MELHOR QUE VI NA BLOGOSFERA NOS ÚLTIMOS TEMPOS.

Haddock disse...

...

princesa, também não exageraides, olhai que nós também frequentamos esta mercearia...
devíeis ter dito "do melhor" afim de nos contemplardes também com essa estranha milagem!!

(e está ganho, bandida!!)

náufrago do tempo e lugar disse...

uma estrada que se alonga, feita de asfalto, azeviche e solidão.
tão longa que não se lhe chegava o vento pando que do sudoeste soprava.
as bermas, essas, eram de feno incendiado e pedras.
de memórias de tempo ardido e ardósias acesas. metamórficas.
todavia brisa. azulina brisa a perpassava. mas só depois de por ela passares.


Abraço.

Carla disse...

Bom fim de semana.
Beijos

Anónimo disse...

Dó de quem não dorme,
de quem passa a noite à espera
que desperte o silêncio.
O vento devia cantar nos plátanos
com a lua nova, ser mais uma folha
feliz nos ombros do outono.
Mas o vento parece ter endoidecido:
de leste a oeste varre
a rua, varre a noite: o vento
alegremente
varre o mundo ― em turbilhão
arrasta o lixo mil vezes imundo.

E o sono chega.





Eugénio de Andrade



...bons sonhos, minha B.

Anónimo disse...

Dó de quem não dorme,
de quem passa a noite à espera
que desperte o silêncio.
O vento devia cantar nos plátanos
com a lua nova, ser mais uma folha
feliz nos ombros do outono.
Mas o vento parece ter endoidecido:
de leste a oeste varre
a rua, varre a noite: o vento
alegremente
varre o mundo ― em turbilhão
arrasta o lixo mil vezes imundo.

E o sono chega.





Eugénio de Andrade



...bons sonhos, minha B.