segunda-feira, dezembro 31, 2007
quinta-feira, dezembro 27, 2007
...I have a vision of the Orient...
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art&tal disse...
magnifico
um amor que nao desejaria perder
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as velas ardem ate ao fim disse...
Eu gostaria de encontrar...
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isabel mendes ferreira disse...
eu encontrei.no lado mais "oriental" da vida.no poente mais ao sul. dos olhos fundos. como abismos líricos.no lado mais "útero".onde debruçada no peito mais claro rasguei o amor. desveladamente.para sempre. como promessa habitada.nos pulsos e nos ombros. na garganta. diurna.______________brilhante proposta esta. nas variadas interpretações.______________.que os teus leitores saberão desnudar. ou talvez nem.Por mim fica a memória de um filme. tornado de todos os que procuram.
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isabel mendes ferreira disse...
P.S. (e não preciso de "virar" tela na tua tela.deixa-me ficar. aqui. no recato. no recanto. :)
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Anónimo disse...
o filme da minha vida...um hino ao amor.
obrigada.Cris!
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Mar Arável disse...
Excelente
sem mais palavras
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rato do campo disse...
Este filme é lindíssimo! Além de ser do Cronenberg (e eu gosto do Cronenberg) foi uma excelente lembrança tua. Obrigado!
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Haddock disse...
poderoso!!!subtil e poético.excelente escolha, bandida!
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M.M disse...
Uma bela versão cinematográfica da ópera.O Jeremy Irons está excelente neste trágico papel do amor [in]possível.Boa escolha. Como habitual. Bj :))
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disse...Perfeita. A subtileza oriental e um amor rasgado na carne. Uma paixão minha que tão bem se junta à amargura do grito e canto.Lembrei um outro labirinto que.Como as ruas por onde se corre e procura, incessantemente cruzadas, um qualquer amor infeliz.Bjs
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isabel c. disse...
arrebatador!lindissimo o filme. a música. o amor.
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este é o meu corpo disse...
bom filme;)
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pn disse...
sem ver o filme
só a ver-te, a ti
algodoada
a pegada
rasto, da matilha
longos, os interregnos, esses espaços de tempo que
medeiam entre reinados, deixam a vassalagem afrouxada
de costumes.
mais,
si...le roi est mort
vive le roi(-- il n'y que Robespierre pour bien le crier!)
--hum, peut-être Danton, aussi
--bisou
p.
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isabel victor disse...
A alcateia
...aplaude.te!
uiva
celebra
a
beleza que doi
b* Bandida
Bom Ano
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triliti star disse...
amor que move montanhas e as lança no abismo...
um filme que toda a gente deveria ver. é um dos "meus".
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blue disse...
belíssimo, bandida.é bom poder passar por este teu lugar.um bom ano para ti.
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merdinhas disse...
And the British lead actor is...
Jeremy Irons
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merdinhas disse...
E bom, muito bom ano para ti.
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St. J. disse...
Escolheste bem o Norte, a Oriente.
Mas creio que a libertação deve ter um preço mais justo...
Haja Vida. Nova Vida.
Haja Paz.
Bom 2008.
Enorme Abração cheio de b'jocas
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hfm disse...
Só para te desejar o melhor para 2008.
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intruso disse...
belíssimas coisas por aqui, como sempre.....beijos
[BOM ANO!];)
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domingo, dezembro 23, 2007
Quando eu era pequeno, “fazer o presépio” era participar de um conto de fadas, aprender um passe de magia, ouvir uma lição de amor e humildade que nos poderia inspirar pela vida fora.
Era sobretudo uma festa e uma festa com um mistério muito especial. Arrancava-se o musgo das pedras da paisagem para levar para casa e cobrir o chão, imaginando-se montanhas e vales, e rios de prata azulada. Construía-se a cabana com troncos e palhinhas, colocava-se com delicadeza o menino de barro na improvisada manjedoura, São José e Maria eram a projecção do amor de pai e mãe que ali se arrumavam para velarem por nós. E vinha ainda lá do fim dos tempos o calor da vaca e do burrinho, e os Reis Magos que chegavam conduzidos pela Estrela que anunciava a Boa Nova. E surgiam, como por encanto, figurinhas de populares, com ofertas simples, pastores com ovelhas, a samaritana com o cântaro à cabeça, ao lado do poço da água gelada daquela noite de Dezembro…
Era assim o presépio quando eu era pequeno. Uma excitação que nos arregalava os olhos de magia. Algo que não se compreendia bem, que estava para lá do nosso entendimento, mas que nos aquecia o coração, que se prolongava pelos dias, até chegar a tal noite onde, em redor da camilha, com uma braseira aos pés, se comia a consoada e se esperavam algumas prendas. Livros, sobretudo livros, era a minha esperança, sempre concretizada.
Fui feliz, muito feliz, envolvido pelo calor do pai e da mãe, alguns anos depois também ao lado da irmã. Era uma família aquecida da noite fria. Havia problemas como em todo o lado, mas era feliz. Coisa bonita de se dizer, mas sobretudo de se sentir.
Nunca soube, nem sei, se haverá algo de divino neste entremez, anualmente repetido, mas do que não duvido é da sua poderosa força magnética. O Natal fazia-me sentir bem. Quando eu era pequeno. Era frio e era quente, era gelado e tórrido, uma mistura magnifica que nunca esquecerei.
Fui mantendo a tradição abnegadamente. Sem esforço. Com prazer. Ano após ano. O presépio nunca deixou de estar presente, ali no canto da sala, e sempre amorosamente retocado. A árvore de Natal, o Pai Natal, as filhozes, os bilharacos (sempre com a receita do pai), a consoada, o sacrificado peru, e o bacalhau da tradição… As crianças fazem-se homens, os filhos fazem-se pais, os pais vão ficando pelo caminho, mas o Natal continua marcando a esperança em algo de imutável. Será assim?
O olhar dos homens vai mudando. A magia vai cedendo a insinuações cada vez mais constantes. E torpes. Arrancam-nos a inocência dia a dia. É preciso desconfiar de tudo.
Olha-se agora o presépio e percebe-se que as figurinhas foram compradas numa loja de 300, já não feitas à mão, mas reproduzidas em moldes made in China. As decorações foram mesmo compradas numa outra loja chinesa e são o reflexo de trabalho escravo infantil. Olha-se a cabana em baclite e, lá atrás, dois políticos discutem se aquele é ou não terreno de Israel ou da Palestina. Como não conseguem chegar a um acordo, ameaçam, e cumprem a ameaça, com bombas que reinvidicam o território. E assassinam milhares.
Os três Reis Magos entregam ouro, incenso e mirra, mas nenhum deles chegou desinteressadamente por montes e vales, conduzidos por uma estrela. Todos vieram em jactos particulares e saíram das suas tendas oficiais há coisa de minutos. Os camelos são o exotismo que vende. É tudo uma montagem, uma encenação para impressionar os espectadores das dezenas de cadeias de televisão que cobrem o acontecimento.
Uma delas tentou o exclusivo, ofereceu milhares de dólares, euros ou rublos, mas não conseguiu. Aliás, esta cimeira destina-se a incrementar sobretudo os negócios. São homens de negócio que acodem ao chamamento. Disputam mercados e influências políticas e estratégicas.
O único pastor que por ali anda, balouça na mão direita um leitor de CDs e ouve Quim Barreiros. Um dos Reis, ditos Magos, publicita uma afamada marca de champanhe que se consome muito nesta quadra. O outro, tenta vender com soberba o seu petróleo, e ao terceiro descobriram olhares maliciosos e lúbricos, que levaram alguns a chamar-lhe pedófilo. Disfarçado.
A estrela? Não há estrela nenhuma, mas apenas um cintilante e pouco discreto satélite norte-americano que vai fotografando o evento. A CIA desconfia de armas nucleares.
Um grupo de senhoras, de uma qualquer organização dita moralista, parodia a um canto, sonoramente, o facto de Maria ter concebido sem pecado, e discorrem sobre situações várias, donde, em nenhuma delas, São José sai beneficiado.
A vaca é louca, afirmam as autoridades sanitárias, e o burro é mesmo burro, se não, não se prestaria a tal preparo. Tão burro que dois oficiais das finanças se preparam para o penhorar como veículo de transporte prioritário.
Num letreiro avisa-se: “É proibido fumar.”
Nem o menino está a salvo das iras de um grupo de jovens ecologistas que grita que o milho é trangénico e quer incendiar as palhinhas. Maria socorre-o e ampara-o no seu colo.
Esquecia-me do anjo. Que faz ali pespegado de asas abertas? “O que é um anjo?”, pergunta a criança à mãe que atende o telemóvel? E esta responde: “Alguém que nos guia na vida.” “Assim uma espécie de GPS?”, conclui a miúda.
Afasto de mim esta imagem e persisto no meu Natal de criança. Será ainda possível? Quero a inocência do musgo arrancado das rochas da montanha com uma faca da cozinha levada de casa. Quero o frio e o calor que sabem bem. Quero a minha infância de volta, quero essa idade aberta à esperança. Quero-a para mim e para as outras crianças. Quero que elas não percam a magia que me conduziu até aqui. Quero lá saber que as figurinhas tenham sido compradas numa loja de 300 e já não sejam de barro cozido à mão. O que eu queria sobretudo era acabar com o trabalho infantil escravo. Que existia há 2000 anos e permanece, apesar das prescrições da ASAE. O que eu desejava era que as crianças nascessem livres e iguais em direitos. E deveres. E fossem homens, e fossem velhos (velhos, sim!, não seniores ou da terceira idade) e fossem dignos. Para consigo e para com os outros. E houvesse Natal, todos os anos. E o espírito do Natal se estendesse por todos os dias dos anos. E que o Natal, divino ou não, fosse sobretudo humano.
Lauro António / Dezembro de 2007
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quarta-feira, dezembro 19, 2007
domingo, dezembro 16, 2007
sopras a noite na palma da mão. desces o pulmão até ao pulso da palavra. à margem.
peixe do meu mar.
incenso o areal de mel do teu azul.
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segunda-feira, dezembro 03, 2007
no sábado, no Espaço Avenida. andou-se pela estrada fora. curvas apertadas nas escadas do sonho. subidas até à exigência do gesto. e miar à lua no incomparável prazer de abrir a porta de entrada. na curva. na estrada.
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