encosto-me à gaveta do meio e deixo o rio perfurar-me o peito. é preciso matar o amor com as grutas da noite. ferir mortalmente as entradas dos prédios e acordar de manhã em cima do escadote do desejo. o amor evolui de acordo com o tango. não evolui, escalda. se evoluísse era um sexo. e não é. é um tango.
...encosto-me à gaveta do meio e escorrego por uma frincha... e escondo-me do amor num passo de tango mal dado. Vejo por uma nesga da gaveta do meio as reviravoltas a pares, em tangos misteriosos. E invejo aqueles pares, aqueles sorrisos e olhos semi-serrados. E escondo-me bem no fundo da gaveta do meio, onde me encostei e para onde me esgueirei... cada vez mais assustada, mas sem conseguir fechar a gaveta de vez. Guardando sempre na memória o som de um tango longínquo, vivido a par.
«Then I'll dig a tunnel from my window to yours Yeah, a tunnel from my window to yours You climb out the chinmey And meet me in the middle The middle of the town And since there's no one else around, We let our hair grow long and forget all we used to know Then our skin gets thicker from living out in the cold You change all the lead sleeping in my head As the day grows dim, I hear you sing a golden hymn... But sometimes, we remember our bedrooms and our parent's bedrooms and the bedrooms of our friends... Purify the colors, purify my mind and spread the ashes of the colors over this heart of mine» (letra do ruído por lá...)
13 comentários:
a definição mais bonita de amor!
e agora como é que eu vou sair daqui?....
beijo
_________________________________...
...
*
adorei!
e sim. concordo. absolutamente. só podia concordar.
é um tango.
um abraço. de mulher.
Um tango que mata o amor nas grutas da noite... Belíssimo!
Um beijo.
Encostado tudo parece mais fácil, mais alcançável.
E um tango não pode ser uma coisa simples. Tem de ser um poema.
um beijo
Do melhor que já te li, felpuda.
bj
...encosto-me à gaveta do meio e escorrego por uma frincha... e escondo-me do amor num passo de tango mal dado.
Vejo por uma nesga da gaveta do meio as reviravoltas a pares, em tangos misteriosos.
E invejo aqueles pares, aqueles sorrisos e olhos semi-serrados. E escondo-me bem no fundo da gaveta do meio, onde me encostei e para onde me esgueirei... cada vez mais assustada, mas sem conseguir fechar a gaveta de vez. Guardando sempre na memória o som de um tango longínquo, vivido a par.
por o amor não ser apenas sexo ... é que ele é frágil
e sim, como frágil que é tem de ser um tango,
dançado ao mesmo rítmo...e a dois,
espiralando com a mesma cadencia, e no mesmo sentido............
suicídio por enforcamento, frustrado por falta de corda...
e deixou-se ficar a ouvir o tango.
ontem não consegui comentar...
(hoje também não...)
«Then I'll dig a tunnel
from my window to yours
Yeah, a tunnel from my window to yours
You climb out the chinmey
And meet me in the middle
The middle of the town
And since there's no one else around,
We let our hair grow long
and forget all we used to know
Then our skin gets thicker from living out in the cold
You change all the lead sleeping in my head
As the day grows dim, I hear you sing a golden hymn...
But sometimes, we remember our bedrooms and our parent's bedrooms and the bedrooms of our friends...
Purify the colors, purify my mind
and spread the ashes of the colors over this heart of mine»
(letra do ruído por lá...)
*
oração de periodicidade eventual a oração diária/nocturna?? deixa-nos, ao menos, dormir sobre ela(s) para não rezarmos encómios banais, bandida!!
como protesto, calamos a
apologia deste tango!
(também ninguém nos ia ler... e é para isso que aqui andamos!!)
Enviar um comentário