sábado, março 07, 2009




encosto-me à gaveta do meio e deixo o rio perfurar-me o peito.
é preciso matar o amor com as grutas da noite. ferir mortalmente as entradas dos prédios e acordar de manhã em cima do escadote do desejo.
o amor evolui de acordo com o tango. não evolui, escalda.
se evoluísse era um sexo. e não é. é um tango.

mantém este lado para cima.
frágil.






13 comentários:

Unknown disse...

a definição mais bonita de amor!


e agora como é que eu vou sair daqui?....

beijo

A. disse...

_________________________________...

intruso disse...

...


*

maria josé quintela disse...

adorei!




e sim. concordo. absolutamente. só podia concordar.




é um tango.




um abraço. de mulher.

Graça Pires disse...

Um tango que mata o amor nas grutas da noite... Belíssimo!
Um beijo.

Pedro S. Martins disse...

Encostado tudo parece mais fácil, mais alcançável.

CNS disse...

E um tango não pode ser uma coisa simples. Tem de ser um poema.


um beijo

Abssinto disse...

Do melhor que já te li, felpuda.

bj

Guinevere disse...

...encosto-me à gaveta do meio e escorrego por uma frincha... e escondo-me do amor num passo de tango mal dado.
Vejo por uma nesga da gaveta do meio as reviravoltas a pares, em tangos misteriosos.
E invejo aqueles pares, aqueles sorrisos e olhos semi-serrados. E escondo-me bem no fundo da gaveta do meio, onde me encostei e para onde me esgueirei... cada vez mais assustada, mas sem conseguir fechar a gaveta de vez. Guardando sempre na memória o som de um tango longínquo, vivido a par.

Frioleiras disse...

por o amor não ser apenas sexo ... é que ele é frágil

e sim, como frágil que é tem de ser um tango,

dançado ao mesmo rítmo...e a dois,
espiralando com a mesma cadencia, e no mesmo sentido............

o Reverso disse...

suicídio por enforcamento, frustrado por falta de corda...

e deixou-se ficar a ouvir o tango.

intruso disse...

ontem não consegui comentar...


(hoje também não...)


«Then I'll dig a tunnel
from my window to yours
Yeah, a tunnel from my window to yours
You climb out the chinmey
And meet me in the middle
The middle of the town
And since there's no one else around,
We let our hair grow long
and forget all we used to know
Then our skin gets thicker from living out in the cold
You change all the lead sleeping in my head
As the day grows dim, I hear you sing a golden hymn...
But sometimes, we remember our bedrooms and our parent's bedrooms and the bedrooms of our friends...
Purify the colors, purify my mind
and spread the ashes of the colors over this heart of mine»
(letra do ruído por lá...)


*

Haddock disse...

oração de periodicidade eventual a oração diária/nocturna?? deixa-nos, ao menos, dormir sobre ela(s) para não rezarmos encómios banais, bandida!!

como protesto, calamos a
apologia deste tango!
(também ninguém nos ia ler... e é para isso que aqui andamos!!)