quarta-feira, maio 13, 2009













A porta fechada, se bem me lembro...
Tinha ficado aí,
a tinta riscada
passos e flores gastas
um plano que fechava o dia.
Depois o fim.
[Nada mais há para ver]
Espera-se uma frase
espera-se um comboio em dia útil
espera-se a funcionalidade das tardes vazias de palavras
e nada.
[E o fim não tem fundo]
a tal queda interminável para cima,
se é que me lembro.
(there's no time...)
Muito boa noite
o meu nome é
(to make sense)
e o posfácio de uma insónia
final
(to analyse)
Resta-me inventar tudo
apenas.
Um céu de papel pardo
e uma certeza,
silenciosa
rápida
plúmbea;
a cidade em trânsito nunca irá parar
.
[tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,...]... *




João Concha
(link)



19 comentários:

Bandida disse...

boa noite querido intruso. muito boa noite, o meu nome é tic-tac. volta sempre.

um enorme beijo

Anónimo disse...

Abraços aos dois! :)

intruso disse...

...


um beijo enorme
(em forma de cidade)


*

Anónimo disse...

a mais bla homenagem que o nosso querido intruso poderia receber. também fiquei muito triste com a saída dele... vai fazer muita falta. mas estou sempre a pensar dar o mesmo passo que ele deu... pelo que tenho de aceitar... que ele seja feliz, é o que desejo. um grande beijinho a ambos.

Anónimo disse...

... custa-me sempre tanto sair daqui...

A. disse...

«A princípio é simples; ignora-se o vento e anda-se sozinho. Guarda-se uma faca dentro de um livro bonito, que não fale de gente ou de árvores floridas ou de outro caminho. Compra-se o medo, numa loja de esquina. Quando houver tempo e a noite chegar, então inventa-se um crime. E se mais tarde chover, inventa-se um suspeito. E um assassino (posso ser eu, não me importo). E um sorriso. Inventam-se as perguntas que a nós mesmos faremos, escrevem-se as mentiras que nos servirão de noite. Inventa-se um sono. Um sono qualquer, numa cidade ornamento, perfumada por livros que crescem em vasos dentro dos carros. Para se desenhar um crime onde caibamos é necessário algum esquecimento. E uma imagem em branco para nela se apagar a cidade. R . G . B . rua . grito . branco . red . green . blue . três linhas de descanso para inventar uma cota de soleira, onde o sono se encosta.
today we escape
Mas se me deixarem, ainda que possa não ser verdade, eu confesso:
Esta noite matei uma cidade. Matei uma cidade cheia de casas com luzes acesas dentro. Uma cidade grávida de luzes (e de gente). Corrijo; esta noite engoli uma cidade cheia de casas com assuntos dentro. Ou talvez tenha apagado uma cidade com asas, com várias coisas dentro. E assassinos. E um sono por dormir.

Continuo a respirar. Continua a respirar. E as formas da cidade e dos assuntos adivinham-se sob a forma curva do pescoço, proeminentes, ameaçando romper a pele translúcida. Não deixes de respirar. Os assuntos não têm angulos, apenas buracos incertos. Apaga-se a luz. Continua, por favor, a respirar. E a barriga cheia de janelas que se apagam, dentro. Não te engasges. Bebe-se o riso num copo de vidro. Respira.

Depois matei o corpo esvaziado da cidade. Desculpem, escondi o corpo morto da cidade. Aliás, congelei o corpo apagado da cidade, dentro do sono (por dormir).
delete
[Ou então não me lembro]
Por vezes temos que matar as cidades, de noite.

Por vezes temos que matar as noites. No sono.

(e sobram sempre imagens)
E no armário azul da cozinha ficou uma caixa de bolos à espera [numa espera hermeticamente fechada].

{De tudo isto se infere que o documento me deveria ter sido enviado, em formato pdf, com a devida antecedência}»


____________________de João Concha






saudade. já saudades e



...deixei-O por lá. ontem. obvia.mente.


beijos, meu J.
*

Haddock disse...

e deu-nos as costas...
e desfizemo-nos metafisicamente em desolação ante este "fim".
uma das mais belas galerias [logo a seguir à nossa]... e fecha!

e o cabrão do blogger que não nos deixou dissuadir o Artista desta morte anunciada ou sequer acompanhar as exéquias. sádico!!

soa a estertor da blogoesfera.

eterna saudade, intruso joão...




porque sim:

[agora todos, numa só voz:]


for he's a jolly good fellow,
for he's a jolly good fellow,
for he's a jolly good fellow,
wich nobody can deny!
wich nobody can deny!
wich nobody can deny!



pêésse: agradecidos, bandida, por esta bela despedida.

merdinhas disse...

- O nome de um lugar ?
- Intruso.
- Conheço esse lugar.

paulotpires disse...

não sei se já te tinha dito, mas quando for grande quero ter um blog como o teu...
:)

Frioleiras disse...

Não, não posso,
DE TODO,
acreditar............

não percebo nada da blogosfera...

Não te acompanhei ultimamente e não percebi ...

Foste tu quem deixou o blog ou deixaste-o por ele não conseguir aceitar os comms.?

Se foi isto (que é o que eu QUERO acreditar),
Intrusinho querido, porque não começar outro blog com o nome Intruso II ?

Serei eu quem entendeu mal o que se está a passar?
.................

beijo-Vos

sempre,
aos dois...................

V. disse...

já que não consigo dizer lá, digo aqui:

mais um grande lugar que se perde.

vou ter saudades.

*

o Reverso disse...

um abraço ao intruso e um beijo à bandida.
ou ao contrário, estou por tudo!

Anónimo disse...

Pin.

isto não é um comentário.

é um suspiro, em tom de abraço.



duplo.mas especial a Ti.


saudades. tantas.
tantas.


beijo ao J.


imf

tchi disse...

Beijinhos para ambos

e tic... para... tac... béns.

Mar Arável disse...

Na verdade

tudo se move

até a cidade

Anónimo disse...

procurei-te.

tive medo que tivesses partido.

...hoje não tenho água para beber.


um beijo da Cota

observatory disse...

virou a pagina


dentro de momentos...

Graça Pires disse...

Há pessoas assim: fazem bem tudo o que fazem.
Beijos para os dois.

via disse...

é forte, impressivo!