apontamento à beira do vazio (ii)
saio de mim até que despreze
a falência do pulso na ausência da palavra.
tudo sufoca a mancha mística da febre
a encurralar o tempo.
incluo-te no borrão de tinta
que por acaso caíu no ritmo
do cigarro e tu finges que a vírgula não dói.
fumo-te entre dois dedos.
o eléctrico passa e a cidade morde a orelha do sonho.
pequeno. pequenino. pequenote.
quase nada. um deslize de átomos a alinhar o vazio.
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8 comentários:
...quando a poesia diz o que quase não pode dizer-se... aí estás tu :)
Belo!
Um abraço e um beijo amigos.
Simplesmente lindo... de tão simples e de tão tocante...
obrigada
encurralar o tempo fingindo que a vírgula não dói...
Gostei.
Um beijo
bandida, perguntamo-nos como serias a escrever mensagens informativas de tráfego nos avisadores electrónicos das autoestradas...
"no tempo de um cigarro, há átomos encurralados na falência de um pulso em vírgula de desastre. apequena a mística. morde a orelha do tempo. apanha o eléctrico."
"incluo-te no borrão de tinta
que por acaso caíu no ritmo
do cigarro e tu finges que a vírgula não dói."
no fumo, não do vazio, mas do sentido das tuas palavras. Um beijo.
Boas ferias!
bjo B
fumei o poema com os dedos todos, maria... um beijo enorme para si*
Atchim !
Bjs
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