sábado, maio 30, 2009
na tarde de 7 de Maio na Livraria Bertrand da Avenida de Roma, onde a Cristina Piedade traçou a estrada entre a poesia, a prosa e as cerejas.
quinta-feira, maio 21, 2009
terça-feira, maio 19, 2009
Descubro-te no caderno da tinta a escorrer a convexidade da palma da mão.
Devolvo-te a imagem. Antes fosse de madeira a palavra, numa mesa de chá, a vomitar cadências de limos. Disse-te que não, não era o contorno que compunha a obra.
Era uma trémula encosta ali na elevação do inútil. É nela que se sustenta a vontade e se quebra a ponte entre a pele e a infância.
Desfolho o caderno e creio-te lá, envolta no lixo estático da morte, em castidades desfeitas na matemática do painel do teu corpo.
O fim é a construção geométrica do orgasmo. Suporte de pele nas tardes abstractas a absolver o sangue menstrual do superior sonho.
Qualquer sopro de fome distingue a muralha do desejo da profecia do tempo. Por isso te mato. Findo-te nesta folha abandonada ao silêncio.
A pilha do relógio acabou. Deponho-te espacialmente de caneta em punho no murmúrio do traço. Sem esforço, evoco-te o fim do pasmo. Exausto-te. Orgasmo-te.
texto publicado no nº14 da Revista Minguante, O Fim
.
quarta-feira, maio 13, 2009
A porta fechada, se bem me lembro...
Tinha ficado aí,
a tinta riscada
passos e flores gastas
um plano que fechava o dia.
Depois o fim.
[Nada mais há para ver]
Espera-se uma frase
espera-se um comboio em dia útil
espera-se a funcionalidade das tardes vazias de palavras
e nada.
[E o fim não tem fundo]
a tal queda interminável para cima,
se é que me lembro.
(there's no time...)
Muito boa noite
o meu nome é
(to make sense)
e o posfácio de uma insónia
final
(to analyse)
Resta-me inventar tudo
apenas.
Um céu de papel pardo
e uma certeza,
silenciosa
rápida
plúmbea;
a cidade em trânsito nunca irá parar
.
[tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,...]... *
João Concha
(link)
domingo, maio 03, 2009
um dia acredito que estás à espera de algum silêncio escavado no limite do teu nome e não te digo. na paragem do autocarro finjo-me morta. e espero-te no trajecto onde a travessa é mais memória. um dia a boca há-de rasgar na marginal a travessa da tua rua. a tua marginal travessa. a tua rua marginal. a tua travessa quadrada onde o chuveiro tem peixes azuis com asas de chaminé. um dia acredito que estás à espera da noite para me rasgar nos olhos um incêndio de viagens. um dia como-te.
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