não sabia que eras tu. ainda que já conhecesse a crueldade da imagem. não sabia que eras tu a amolecer verbos como se a testa fosse o braço e o caminho um vento a levar-me a voz. onde a estrada soa a terra. não sabia mesmo. não sabia que o portão fechava a porta, e cedo, muito cedo, o luar não passava de uma noite empedrada na garganta do tempo.
disse-te que dentro dos teus olhos o pintor revolvia a terra. ou então não disse nada.
um dia hei-de miar à lua. ou então não digo nada.
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