terça-feira, maio 29, 2007



tic.tac.tic.tac..

a cada movimento dos ponteiros aumenta a vontade de rever sons de lábios, palavras ternas, loucuras sentidas. por cada minuto que passa, a saudade torna o perfume tão mais valioso. como se os segundos fossem horas e os dias, semanas.

vejo o teu post depois de ouvir os lobos que somos todos nós, uns bandidos, outros nem por isso, e (mesmo perante uma fantástica Meryl Streep) só entendo o meu tic.tac.tic.tac que me marca a espera.. sempre à espera que chegue o último minuto. sempre nesse compasso, para depois sorrir(mos).

porque é bom saber que depois das festas para calar silêncios, vieram silêncios que alimentam festas.



St.J. (num comentário para A.)

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segunda-feira, maio 28, 2007



LA MUSIQUE EXPRIME CE QUI NE PEUT ÊTRE DIT ET SUR QUOI IL EST IMPOSSIBLE DE RESTER SILENCIEUX.

Victor Hugo
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palavras daqui
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the space between. obrigada A.
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domingo, maio 27, 2007



...oh, Mrs.Dalloway always giving parties to cover the silence...

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sexta-feira, maio 25, 2007




infinito regresso. (com)passo.
som da terra seca. musgo. pele.


arrepio de luz.


não sabemos nada.

temos só a impressão que sim.
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quinta-feira, maio 24, 2007







Each has his past shut in him like the leaves of a book known to him by his heart, and his friends can only read the title.



Virginia Woolf

quarta-feira, maio 23, 2007



...I'll be back...

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terça-feira, maio 22, 2007




daqui nascem os rios


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fotografia de Ami Vitale
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segunda-feira, maio 21, 2007




há a noite da tua pergunta
há a noite de não te responder

o meu mundo é som,
fecho os olhos e o mundo cresce, os sons tornam-se linhas,
gestos, relevos

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Rui Nunes, Ouve-se Sempre a Distância Numa Voz
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domingo, maio 20, 2007

quinta-feira, maio 17, 2007




sentei-me no canto junto à janela e pedi um chá. «deseja canela?» ia dizer que não, mas um qualquer desígnio do olfacto fez-me voltar a palavra do avesso e responder sim. porque ela, a canela é essência exótica, dom de magia. sujeito composto de todas as orações. castanha de amor e sensualidade, paladar a verdade que vive por dentro do tempo dos ânimos que são assim. de todas as cores, talhes, géneros, odores e feitios. partida antiga de Ceilão, ela é fragrância de fora, passageira almiscarada numa caravela moscada. estrangeira e sedutora foi-se deixando ficar a divinizar o sabor aos alimentos. percebi que é memória de muitos momentos, aroma de feitos e descobrimentos. deixei-me ficar, a sabê-la melhor. a contar-lhe de mim. a sentir-lhe o perfume nas ondas do chá, a navegar com ela num mar de canela. sem fim.

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texto de Clara Hall

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desenhos de Intruso
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para ti

ATÉ AO FIM

Mas é assim o poema: construído devagar,
palavra a palavra, e mesmo verso a verso,
até ao fim. O que não sei é
como acabá-lo; ou, até, se
o poema quer acabar. Então, peço-te ajuda:
puxo o teu corpo
para o meio dele, deito-o na cama
da estrofe, dispo-o de frases
e de adjectivos até te ver,
tu,
o mais nu dos pronomes. Ficamos
assim. Para trás, palavras e versos,
e tudo o que
não é preciso dizer:
eu e tu, chamando o amor
para que o poema acabe.

PRINCÍPIOS

Podíamos saber um pouco mais
da morte. Mas não seria isso que nos faria
ter vontade de morrer mais
depressa.

Podíamos saber um pouco mais
da vida. Talvez não precisássemos de viver
tanto, quando só o que é preciso é saber
que temos de viver.

Podíamos saber um pouco mais
do amor. Mas não seria isso que nos faria deixar
de amar ao saber exactamente o que é o amor, ou
amar mais ainda ao descobrir que, mesmo assim, nada
sabemos do amor.


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Nuno Júdice, in “Pedro, Lembrando Inês”, ERD. Dom Quixote, 2001
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terça-feira, maio 15, 2007


erguer a mão. penetrar suavemente o azul dos dedos.
formar a palma. apertar os dentes em gosto de pele.
penetrar suavemente os lábios. morder a luz. supostamente boca.

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segunda-feira, maio 14, 2007



J'ai compris ta détresse,
Cher amoureux
Et je cède à tes voeux,
Fais de moi ta maîtresse,
Loin de nous la sagesse,
Plus de tristesse,
J'aspire à l'instant précieux où nous serons heureux
Je te veux.

Je n'ai pas de regrets
Et je n'ai qu'une envie
Près de toi, là, tout près,
Vivre toute ma vie,
Que mon coeur soit le tien
Et ta lèvre la mienne,
Que ton corps soit le mien,
Et que toute ma chair soit tienne.

Oui, je vois, dans tes yeux
La divine promesse
Que ton coeur amoureux
Vient chercher ma caresse,
Enlacés pour toujours,
Brûlés des mêmes flammes,
Dans des rêves d'amours
Nous échangerons nos deux âmes.


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música: Erik Satie

letra: Henry Pacory


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domingo, maio 13, 2007


alarga as mãos no afago da tarde

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"Ninguém ignora que a poesia é uma solidão espantosa, uma maldição de nascença, uma doença da alma."

Jean Cocteau

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sábado, maio 12, 2007

hoje. porque sim.

Pim!

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sexta-feira, maio 11, 2007




(*) Um "meme" é um " gene cultural" que envolve algum conhecimento que passas a outros contemporâneos ou a teus descendentes. Os memes podem ser ideias ou partes de ideias, línguas, sons, desenhos, capacidades, valores estéticos e morais, ou qualquer outra coisa que possa ser aprendida facilmente e transmitida enquanto unidade autónoma".

resposta ao
desafio da Gi

"As pessoas que eu mais admiro são
aquelas que nunca acabam."

Almada Negreiros



passo agora a Letras de Babel, A Tradução da Memória, Big Blog, Lauro António, Detesto Sopa, Intruso.

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quarta-feira, maio 09, 2007




o meu amor cabe num arco de violoncelo.


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terça-feira, maio 08, 2007




breve o caminho dos olhos

galope
(e)terno.


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pintura de Rui Effe
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sábado, maio 05, 2007



toca-me a palavra

na boca


nos olhos

a ponta da língua

aponta-me.

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quarta-feira, maio 02, 2007






...

Diz-se que só na morte
o cisne canta

Mas é preciso organizar o vento
de forma a que o seu passo
seja mais azul

Peço ao vento algum som,
alguma imagem
que seja tão brilhante e deslumbrada
como estas que estão aqui à minha frente

...

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Ana Luísa Amaral, A Génese do Amor
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pintura daqui

terça-feira, maio 01, 2007




na pele do mundo
te descubro

fada com asas de fogo

árvore encoberta na folha
do silêncio

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para a Isabel C.
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obrigada João pelas girafas

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está um braço atrás da janela. a mão fixa no parapeito.
devolve-me as asas. os dedos apontam o ventre.

espera. acendo primeiro o cigarro.



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ft Stanko Abadžic

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A música é a vida humana na sua expressão mais "colada" às origens e nela é possível descobrir formas de compreensão do incompreensível. O que é vital desdobra-se pela música até chegar a nós, dando-nos finalmente voz, sonho e fantasia. E a coragem do humano, demasiado humano...que em cada momento musical se revela na sua magnífica humanidade.

(escreveu-se assim aqui)

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