diante dos olhos ía dizer dizer dizer. contemplar. esmagar o retrato do instante.
de todos os instantes.
torcer no corpo o golpe entusiasmado no repouso da luz.
a música.
esfarrapar a névoa. amortecer o tango.
com os olhos rasos de qualquer coisa a saber a futuro.
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são notas as palavras. compassos musicais explícitos e infinitos. e de sete notas musicais se fazem as sinfonias. os acordes das palavras rasgam os silêncios. e são esses que envolvem. que cercam. que arranham. que amarram. que soltam. e é essa a verdade da palavra. e é ela livre. livre. livre. de contornar afectos. de estupidamente livre se deixar levar pelo ritmo. pela mão. pela pena no tinteiro. pelo espaço na boca. de todas as palavras me aqueço. ainda que a pouca confiança de algumas me faça pensar que não são livres. mas são-no, seguramente. e definitivamente envolvidas pela magia do som. do aperto na mão. no segredo da cor. e pintamos a alegria da vida na certeza do salto. no alto de nós. e da nossa pequenez. e com palavras vamos chamando nomes às coisas. quando o que pretendemos é só dizer que estamos vivos e sentimos.
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